
SOPRO
Milton Tortella
SOPRO
Milton Tortella
A terra está machucadaa está machucada, pr, precisando do poderecisando do poder
curcurativo de um soprativo de um soproo..
Nesta exposição de Milton Tortella, o sopro atravessa três pinturas realizadas sem desenho prévio, que lidam com a violência humana sobre a natureza, a persistência do cuidado e a delicadeza como forma de resistência. A água — sagrada — é o primeiro elemento violado. A mãe — figura ancestral de proteção e entrega, mas também a mãe do artista, mulher forte, linda, sempre pintada, com suas influências pictóricas e religiosas — enfrenta forças que ameaçam a vida. A sereia — símbolo de encantamento — canta, nos convidando à escuta de um mundo ferido.
O sopro, representado por nuvens caricatas, carrega significados profundos em diversas culturas. Ele surge como metáfora e força vital em tradições religiosas, espirituais, filosóficas e artísticas. No Candomblé e na Umbanda, o sopro está ligado ao axé (energia vital) e a rituais de passagem e cura. Entre os griôs africanos, carrega a memória ancestral através da oralidade. Em rituais xamânicos, é usado para evocar, curar ou guiar. Representa o limiar entre o corpo e o espírito, entre o nascimento e a morte: a primeira respiração marca o início da vida; o último suspiro, o momento da partida da alma.
Mas, sobretudo, o sopro é força natural — identificado com o vento, presença invisível e essencial.
Mostra UMAPAZ - Milton Tortella: Sopro, com coordenação de Helena Quintana Minchin. De 29 de Setembro a 31 de Outubro - a exposição "Sopro"
Augusto From @augustofrom.fotografias
Montagem: Lígia Tortella @ligia.tortella
























